terça-feira, 6 de setembro de 2011

Reticências

As vezes fico cismando, até quando, até quando?
Minha vida é cheia de reticências e fico aqui calada e quieta enquanto aguardo a próxima palavra.
Não ousei ainda olhar lá fora depois que amanheceu.
Porque o último clarão da lua  alertou-me sobre a inevitabilidade de ser  um pouco menos a cada vez.
Já senti meus ossos e músculos, senti completamente a minha pele, onde estarei faltando uma parte? Interiormente é claro, o impalpável, o intocável.
Algumas ideias vagas que se foram para sempre.
Em um fogareiro orgânico, mantido baixo, sinto o cozimento das falhas, estas sim, moldadas, cristalizadas.
Quem sabe no próximo amanhecer estarão faltando uma unha e alguns fios de cabelo?
Se são visíveis, posso até calcular: Hoje se foram umas 20 gramas de mim. Bem, não me farão falta.
É assim que continuo, administrando as perdas.

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