quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Normalidade

Guardei as bicicletas no quartinho de guardar, somente a minha ficou aqui na garagem. Também guardei os enfeites de Natal, dois dias antes do dia de Reis. Embalei os travesseiros novos, lavamos as toalhas de piscina e as roupas de cama dos hóspedes.
Só ontem quando minha última visita foi-se embora reparei na decoração de Natal do condomínio.
Aquelas luzes não brilhavam mais que meu interior, cheio de alegria e de felicidade.
Nas alegrias, gritei e bebi com todas as minhas forças e rouca, espantei os demônios da solidão naqueles momentos tão compartilhados.
Na felicidade, aquela que vai convivendo placidamente conosco durante o tempo que dura, estive serena e realizada.
Agora tudo volta ao normal e a minha bicicleta espera por mim para irmos à praia, sozinhas para ver o mar.
Volto a escrever e a revisar meus textos com a dedicação de quem deve fazer o melhor possível.
Minha geladeira voltou a ser espaço para verduras e frutas, não há mais sorvetes e nem pavês ou queijos gordos.
As cervejas também acabaram, olha o mundo de novo se repetindo.
Acima de tudo acredito nesse repetir-se.
Porque somente a tolerância e a empatia tornam viver  mais confortável.
E passar pelos mesmos caminhos, reconhecendo suas pedras e seus tropeços nos torna mais fortes e capazes.
Vamos descobrindo o que há de novo nas entrelinhas.
Depois de guardar a nostalgia, é de novidades que precisamos.
Vamos lá Ano Novo, mostre sua cara!

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