Quando saí, fazia um dia claro e fresco com nuvens.
Ao chegar à praia o céu tornara-se cinza chumbo, o horizonte esmaecera e o mar transbordava.
Na ressaca, as ondas se descabelavam sobre a areia tímida de no máximo dois metros de largura.
Num átimo começou a chuva. Ventos fortes, pingos duros e frios fustigavam a pele descoberta pronta para o sol. De volta para casa ainda olhei o mar revoltado e infeliz.
A chuva ardia em pontas e eu não sabia se pedalava mais rápido e aumentava a força dos pingos ou se ia devagar e conformada para casa. No caminho de dúvidas via outras pessoas surpreendidas pelo temporal, encharcadas como eu.
Assim que cheguei, fui tomar um banho bem quente, conforme ensinou minha mãe.
Depois vesti pela primeira vez o casaco da faculdade de veterinária do Texas que ganhei da Renata.
Superconfortável, com uma caneca de chocolate quente e uma mantinha, sentei no meu canto para escrever.
Não chove agora. Mas o céu promete.
Neste momento a vida virtual é bastante mais segura.
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