domingo, 9 de janeiro de 2011

Fale comigo

Alguns sentimentos são tão vorazes...  uma idéia simples, um pingo, vira um temporal que dilacera e pesa em escombros de desabamento.
Vamos mudar de assunto.
A água  da piscina está um molho de almôndegas (e se falei demais), o filme é  lento e agressivo, o diretor excelente,  (se ela soubesse como seria bom falar com ele), ontem estava ainda mais quente que hoje, nem dava para ficar ao sol, (talvez eu tenha me excedido), um diretor que fez tanto sucesso e agora este filme  rudimentar e sem poesia, (ela ficou brava comigo), uma semana inteira com o céu do brigadeiro, estonteante, esfuziante, ardente, arde, (mas eu precisava falar), valeu pela sala vip de cinema, com mantinhas e comidinhas, dava até para cochilar, (alguém tem que tirá-la deste marasmo),  andar para lá e para cá, jogar conversa fora na beira do mar, catar conchinhas e bater a areia e o sal da pele com a saidinha de praia, (sim, sempre fui saidinha, gosto de ir à frente, ir puxando o cordão, não vou mais mudar); ser um diretor famoso não dá a ele o direito de filmar qualquer bobagem; a história é ótima, o clima de opereta, mas os atores... interpretações toscas, nenhum se salvava, ( preciso saber se exagerei, se pisei na bola ou na jaca), imagino que para a semana teremos temporal e catástrofes, temporal e chuva de lama e os desabrigados aos montes, depois de tanto calor, (fala comigo, fala comigo) , a natureza dá um troco justo para tanto desperdício, lança tudo de uma vez numa torrente, (depois que ela falar comigo, sossego, vou arrumar o quarto), da próxima vez que for assistir a um filme vou pesquisar melhor, as críticas, (ela critica quando insisto mas sou assim) depois que vierem outras chuvas e outros diretores prometo dar uma arrumada neste sentimento de culpa, não vou mais deixar que me inunde a alma desse jeito, por favor, telefone, escreva, reclame,  não faça silêncio, o silêncio não, por favor.

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