Neste mundo contemporâneo em que os produtos três em um (ou mais) se multiplicam, temos em casa uma variedade de aparelhos, muitas vezes com funcionamento parcial. Em um só funciona o DVD, no outro só o rádio e assim por diante. Aos domingos, durante nossa habitual leitura, ouvimos música diretamente do "receiver" multifuncional que fica ao lado da TV.
É difícil encontrar um rádio, pura e simplesmente um rádio para comprar. Os rádios de pilha então... Temos dois semi destruídos, oxidados em várias pontos, que funcionam à força, na base da tortura, espremendo os botões, manobras de ressucitação.
O Miguel sempre gostou de rádio, estudava com música, algo que não consigo fazer e invejo. Quando ele conta que durante a faculdade estudava no quartão dos fundos da casa dele, usando a bancada da máquina de costura aberta como mesa, consigo vê-lo plenamente. Até me lembro com muitas saudades do radiozinho de menos de um palmo de altura, com uma capa de couro marrom desbotada. Segundo ele, está aqui em casa, em algum lugar. Sim, pelo menos em algum lugar do passado está o radinho, que o acompanhou em noites de estudo, em plantões lá na Penha e durante eventuais bricolagens.
Alguns ítens do passado precisavam ser acessíveis, ao alcance da mão feito mágica. Assim, quem sabe seria menos penoso sentir a força do tempo.
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