segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

É ficção

Fale comigo. Estou na maior aflição.
O cachorro, antes feliz e balouçante anda pelos cantos, passa mal. Está com a cara no chão, enjoado e as vezes vomita, uma gosma com grama que ele come para vomitar. Como o bicho sabe? Se comer grama vomito, ele raciocina. Muito antes das bulímicas os cães já se tratavam. Ele está com sobrepeso, será que bulímico? Somente quando o dono chega abana o cotoco, numa semialegria, num bafejo de saúde.  Grande e soberano do quintal, corre sacolejando as gorduras e as dobraduras da cara. Quando pára, parece estátua, daquelas de pedestal, não fosse a cor tão viva, preta e caramelo, cismaria que morto e  embalsamado.  Hoje está abatido ou foi abatido por alguma doença aguda que ainda não se manifesta completamente. Preocupação. Será que deram veneno? Por que já jogaram raticida aqui no jardim, lembra? Será que comeu plástico ou papel de embrulho das festas ou um osso de frango, um calango de jardim? Pode ser uma infecção e agora e agora?
Eu estou passando mal, vou ver se ele ainda passa mal e voce faça o favor de me telefonar.

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