domingo, 27 de setembro de 2009

Crisma

Assim que saí do prédio, com pressa, procurando um táxi, senti a mão pesada e grosseira no meu peito. Ele arrancou minha corrente de ouro com a cruz, presente de crisma de minha madrinha Fernanda. Ele correu e eu, loucamente, corri atrás. Ao cair em mim, desisti, não tinha chances.
Fiquei um pouco atordoada, mas parei um táxi e fui, fazer exame para pilotar motocicleta. Estava zonza, confusa, acabei queimando a faixa, fui reprovada. Voltei para casa de táxi, entrei no apartamento tensa, as mãos frias e um formigamento no rosto. Por fim, ainda com a carteira de identidade nas mãos, desabei!
Telefonei chorando para minha mãe.
- Mamãe, fui assaltada, um grandão roubou a corrente que a Nanda me deu quando fui cremada!
Ela deu uma risada gostosa. Cremada? Está doida, Tita?
Eu estava mesmo fora do prumo.
Perdi minha corrente tão querida depois de levar um soco no peito, perdi a dignidade e a ousadia que o momento exigia, enfim... fui assaltada mesmo!
O primeiro dos muitos assaltos que aconteceriam pela minha vida.

Um comentário:

Gabi Maltos disse...

Sei como é ... sei como é ...

Mto bom os textos :D
Vou passar sempre por aqui !!!

Beijos,

Gabi