terça-feira, 22 de setembro de 2009

Reciclagem

No sótão, ajoelhada em frente ao baú aberto, retiro vários objetos. Bem do fundo, pesco uma bolinha de gude feita de vidro reciclado.
Reconheço os riscos de viver, os vícios de morrer e os acidentes de percurso. E infelizmente, reconheço que não sou reciclável. Faço parte do lixo orgânico, vou ser desprezada. Tendo a virar adubo, mas não serei petróleo. Sou descartável, espécie em risco de extinção.
O vidro é infinitamente reciclável. Basta derretê-lo, dar-lhe nova forma e resfriá-lo.
Assim, mesmo que se quebre, não se acaba como eu.

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