quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Próxima parada

Dizem que mineiro não perde o trem... e nem o ônibus.
Eu perco! Só não perco o trem "literal" porque não uso.
Mas ônibus....E foi por isso que precisei ir até à rodoviária Novo Rio, trocar uma passagem por outra, para minha próxima ida à Uberaba.
Fiz as contas: Bem, vou de carro até a rodoviária Alvorada, deixo o carro no estacionamento e vou de "frescão" até à rodoviária Novo Rio. Troco minha passagem e se der sorte volto no "frescão" seguinte e em menos de três horas estarei em casa! Adoro minha casa!!
Saí e no caminho, lembrei que o Alvorada-Novo Rio só sai de hora em hora!
Olhei o relógio: faltavam 14 minutos para as 13:00! Era o tempo que eu tinha para acabar de chegar, estacionar o carro, pagar, comprar o bilhete e entrar. Quando cheguei em frente ao estacionamento, havia um "mala" na minha frente que discutia o preço com o mocinho que libera a cancela. O meu  Frescão estava pronto pra sair e começava a manobrar.
Buzinei! ...pois é.... e o mala se adiantou um pouco, eu aproveitei o vácuo da abertura do portão e entrei tinindo. Larguei o carro de qualquer jeito,  fui correndo tentar alcançar o maldito ônibus na volta que ele faz dentro da rodoviária. O mocinho queria o pagamento e eu disse a ele, apontando: - preciso pegar aquele ônibus ali!!! (Sei que há uma parada no corredor e esta era minha chance.)  Ele foi compreensivo e  deixou-me pagar na volta.
Corri feito uma "Lola" e o motorista já havia engatado a primeira, quando cheguei esbaforida e consegui entrar!
Ufa! Sentei e aproveitei o balanço  e o ar condicionado do ambiente.
Chegamos à Novo Rio as 13:40 hs. Eu tinha 20 minutos antes da saída do próximo ônibus. Moleza! No guichê, eram três pessoas na minha frente. Vai dar tempo! Mas a senhora que estava sendo atendida começava a comprar 6 passagens! Ai... Quando ela finalmente terminou de escolher as poltronas, foram emitidos os bilhetes, anotada a plataforma e grampeado aquele maldito papelzinho pardo, começou tudo de novo! Ela precisava de mais 6, para a volta! Quando acabou, eu olhei naquele relógio grandão do saguão: Faltavam três minutos para as 14:00 hs... Vamos, gente, vamos! Mas o próximo resolveu sua parada rápido e o seguinte também e chegou minha vez! Ia falar e tocou o telefone do guichê. E fala, que fala, que fala... Nossa!!! Só interrompeu  a conversa  para ouvir a tal senhora das 12 passagens que voltou para dizer, polegar para cima: - agora está tudo certo, agora está tudo certo mesmo!) Grrrrrrrrrrrrrr. 
Telefone desligado, ele me atendeu com a morosidade simpática dos cariocas;  foi muito gentil, gentil demais. Precisava falar tanto?
Saí com minha passagem e resolvi arriscar, meio sem esperança. Quem sabe o Frescão atrasou? Comecei a correr lolamente e cheguei batendo a barriga na catraca: -  Dá tempo de ir para a Barra?
O motorista esperou e eu entrei, orgulhosa do meu feito.
Relaxei um pouco, um silêncio amigável no ambiente fresquinho e comecei a pensar. Mas porque raios eu corri tanto? Meu próximo compromisso é jantar com o Miguel, às 8:00 hrs da noite.
Tudo bem, eu sou filha do Gastão, vulgo, aflição. E sou mineira, a tal que não perde o trem.
Mas acho que foi mais pelo desafio. Preciso vencer obstáculos. Mesmo que eles sejam virtuais.



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