domingo, 31 de julho de 2011

Próxima estação

Lá se foram meus hóspedes.
Mais uma vez acordei com a casa em silêncio, um pão fresquinho que o Miguel foi buscar para o café da manhã e o cachorro reclamando com fome e desfastio.
É certo que as montanhas e os mares se alternam na natureza e em nós também que somos parte dela.
Tenho um sentimento febril quando a casa está cheia, quero dobrar o valor do tempo, inflacionar os bons momentos.
De volta ao cotidiano, sofro por uns dias antes de retomar meus exercícios e minhas atividades.
Depois vem as lembranças e quentinha com elas termino com o inverno e entrego meu coração à mais florida e pródiga das estações do ano.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

libélula

Uma libélula encantou-se com a luz da minha arandela. Atirou-se, a pobre, como um mártir se atira ao deus de sua fé. Tentamos salvá- la, Renata e eu, mas ela sumiu na penumbra da luz que apagamos para que nao se queimasse. Procuramos: Onde, onde? Nada havia. E pensamos: Aonde, Aonde? Então a vimos atirar-se na próxima arandela, desvairada, louca a entregar-se plena ao destino de um filete de luz. As libelulas e eu nos entregamos assim. Elas àluz e eu às palavras

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Voltar aos 27

Quando tive 27 anos, vivia entre os mortos, mas era uma pessoa comum.
Nada em mim era notável, nem mesmo minha altura que eu fingia ser panaceia para meus medos.
Tinha um medo intenso: Ser invisível.
Porque parecia-me aos 27, que já teria que ser alguém com firma em cartório e carteira de motorista. Usava uma bota velha verde musgo-encardida, que calçava meus pés como uma luva calça as mãos. Era uma segurança emprestada porque a tinha herdado de uma cunhada que era modelo e eu sentia ser a própria musa, a pisar naquelas calçadas tão impróprias...
Quando em um ímpeto meio suicida livrei-me daquele couro apodrecido, senti certa paz. Mas logo agarrei outra herança, um velho casaco surrado, masculino, que ao me tirar as formas me formava e eu era eu vísível. Passei assim meus 27 e  aos 28 era uma fortaleza pronta para criar.
Naquela idade, todo cuidado é pouco para pessoas sensíveis e criativas. Eu nem sabia então que ERA de verdade, imagine se saberia ter toda a volúpia da criação.
Eu superei meus 27... não tive que arcar com o peso enorme de ser notável, de ter fãs, de ter fácil acesso às drogas. Não havia uma família alvoroçada sobre mim, nem a mídia, nem a infâmia, nem nada grande.
Por mais difícil que tenha sido pela angústia de não estar sendo, sobrevivi.
Só por isso posso contar histórias.

domingo, 24 de julho de 2011

São Longuinho

Quando estou perdida, dou três pulos e pronto! Acho-me! Mesmo que a perdição seja ter me atirado ao lixo, saio de lá, tomo um banho quente e cá estou.
Mas São Longuinho é um bom santo para ajudar a achar objetos e não pessoas.
Eu me apossei da reza para me achar às vezes em que tenho um sentimento de ser coisa.
E uso frequentemente a reza para encontrar... desde uma cola Cascorex até um documento importantíssimo que tem que ser encontrado sobre pena de ocorrer um confronto com a lei.
Ai, meu Santo! Ajude-me.
Prometi os clássicos três pulinhos, achei o que já tinha até esquecido de procurar. Chaves por exemplo, achei aos borbotões. Puxa, Santo, agora não adianta mais...
De qualquer forma, resolvi aumentar o soldo e prometi: São Longuinho, São Longuinho, ajude-me a achar este documento e lhe dou... 40 pulinhos! Saí de novo à procura, animada com minha esperteza, puxa ele não vai resistir e vai me ajudar.
Agora, sinto que oferecer  40 pulinhos significa que a causa está perdida...( e aí já seria outro santo, não é?)  Se não acredito que  vou conseguir que ele me ajude com três pulinhos, devo ter jogado fora este papel, entre as revistas velhas...
Mas não posso desistir...
Ofereço de novo: -São Longuinho, São Longuinho se achar o documento lhe dou três pulinhos!
E desta vez confiante e segura volto a procurar onde já procurei.
Enquanto isso tenho uma dúvida prosaica. Se encontrar, dou os três pulinhos de praxe ou os quarenta e seis que prometi?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Uma pedra por dia

Minha varanda em frente à entrada é coberta com ardósia verde oxidada. A ardósia não é lá uma pedra magnífica, mas esse tom verde escuro enferrujado é muito lindo. Não é defeito, ela é assim.   Quando mudamos para cá, a pedra estava pintada de tinta cinza que já começava a descascar.
"Bem, logo mando passar a máquina, pensei; e deixo tudo novo de novo".
Um especialista veio fazer o orçamento: - Ih, "madame" a pedra é muito fina, vai trincar tudo.
"Vou mandar assentar pedras novas por cima! Mas e a ardósia verde musgo-enferrujada??? Perdida para sempre? "  Não tive coragem.
Encontrei um pedreiro que prometeu tirar a tinta com um produto especial que eu não poderia saber qual era. Queria cobrar uma fortuna; achei abusivo e dispensei.
Meu caseiro resolveu ajudar. Conseguiu cobrir meus preciosos seixos  da lateral da varanda com um barro cinzento e grosso.
-" Pode deixar, vou pensar em outra solução. E vire as pedras !" (Para que a vergonha cinza ficasse escondida em contato com a terra.)
Não quero passar tinta de novo, quero as ardósias renovadas, parece-me que cada detalhe confessa-se, quer aparecer, mostrar suas nuances.
Hoje experimento uma química especial para limpar pedras. Colocar o produto, esperar algumas horas, raspar o cinza - ocorre-me agora que é a própria raspadinha, quem tiver sorte ganha um prêmio; descartar o grude... É trabalho pesado, para peão!
Para deixar uma pedra de 30 cm X 30 cm, bem limpa, sem máculas e em toda sua nudez, leva tempo.
Mas decidi que posso fazer. Se trabalhar todos os dias e abater a procrastinação à vassouradas vou acabar conseguindo.
Uma pedra por dia. Um pedra de cada vez.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Cavalete

Porque temos tanto? Perdemos tanto nesta confusão de objetos... onde estão aqueles parafusos? E o betume? E a cola especial?
Chega de perguntas! Mãos a obra! Vou arrumar tudo, cada detalhe, separar por cores, intenções, motivos.
Por onde começo se o quadrado do quarto é infinito?
Lado direito da porta! Pronto.
Tenho ali um enorme cavalete, presente do Miguel quando comecei a pintar, Helena ainda era só uma ideia fixa.
Passava horas e horas, madrugadas inteiras pintando intensamente até dar-me conta de que estava gelada e tremendo de frio. Então íamos dormir - o cavalete mudo segurando uma abstração novinha em folha e eu que via as primeiras luzes da manhã e deitava ao lado do companheiro morno do sono restaurador. Levava uma meia hora para parar de tremer e depois dormia em um relaxamento de missão cumprida.
O cavalete que vejo hoje, está coberto de grossos pingos de tinta muito velha, e uma poeira fina demonstra que há muito está no ostracismo. Passo as mãos pela madeira de excelente qualidade, lembro-me de quando fomos comprá-lo e sinto um jorro de emoções.
Miguel sempre estimulou qualquer atividade que eu sonhasse fazer.
Se queria pintar ele trazia livros, aprendia cores, comprava tintas, lápis, pincéis de todos os tipos.
Quando estudei Veterinária ele passou a acompanhar os leilões de gado na TV, trazia livros, mostrava-me os programas e seus novos conhecimentos sobre os bichos. E perguntava tudo. Interessadíssimo.
Com a mesma generosidade, tão característica dele, comprou-me uma máquina de escrever Olivetti - sim estamos juntos faz muito tempo. Ela está em algum dos cantos, entre todos os outros objetos que já não servem mais, mas que tem o dom de vivificar experiências como se fossem um DVD ou  um filmezinho do You Tube. Por isso é tão dificil arrumar o quarto. Acabei de começar e as lembranças veem aos borbotões e me encantam de alegria e saudade.
Uma saudade boa, fermentada, que cresce como um pão em seu descanso antes do forno.
Bom, já deve ter crescido, hora de ir para a cozinha e brincar de cozinheira, minha mais nova obsessão.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Cristo

Assisti ontem a um documentário sobre a construção do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro.
Uma obra iluminada e abençoada,  em meio à irreverência natural dos cariocas e a reverência ao Criador. 
Muito bonito de se ver, enorme sobre a corcova de seu pedestal, parece-me às vezes que nem deu trabalho, como se a própria natureza o tivesse criado  entre tantas outras belezas da cidade.
Depois da estruturação arquitetônica e de engenharia, ele foi recoberto com placas de um mosaico em pedra sabão,  confeccionadas pelas cariocas (Elas colaram os pedacinhos de pedra nas placas e no verso escreveram seus nomes e pedidos por alguma graça.) 
Vê-se no documentário, a emoção das pessoas que trabalharam e trabalham ali, uma poderosa força mística, que só quem visita o monumento pode sentir com propriedade.
Ao observá-lo de longe, pequenino sobre o morro, sente-se que ele está vigilante e solidário. Mas é aos pés da estátua que perdemos o fôlego diante de tal majestade. Há a altura, o vento,  visitantes de diversos países que lá estão como  números de loteria: por acaso.
E há sempre alguém disposto a fotografar o outro, que se coloca de braços também abertos, em frente ao Cristo, imitando sua postura.
É quase impossível não repetir o gesto.
E é impossível sair dali sem a emoção e o  encantamento que o divino propicia.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Felicidade

Quando somos muito felizes, quase esquecemos que um dia houve uma história sem fim de sombras noturnas e sombras diurnas. Uns bichos de mau agouro, que se debateram em asas sobre nossas cabeças e que fugiram de nós com medo dos nossos presságios.
Quando há felicidade e podemos rir satisfeitos de  mais uma vez ter conquistado, ter amado, ter sido humano; parece-me que nestes dias iluminados e tépidos, nem lembramos das roupas escuras e tristes e com cheiro de mofo dos anos guardados à oito ou dez chaves.
Depois, em dias mais tristonhos, revendo fotografias, avaliamos: como pude? Como foi mesmo? Como era mesmo?
E queremos arrancar das imagens a alegria que uma vez foi tão palpável que se estampou em nossas fisionomias.

domingo, 17 de julho de 2011

Lobo mau

Voltei para casa!
Todos os móveis conhecem minhas curvas, nada de chutar o pé da cadeira ou bater no vidro da porta da varanda.
Também trouxe de lá uma mancha roxa no quadril que consegui sustentando minha tralha pesadíssima a alguns centímetros do chão. Não queria macular o granito da sala com as rodinhas da mala.
Voltei para casa um pouco mais rica, com mais experiências compartilhadas e rememoradas em meio a muita risada.
Tenho novas formas de minicup cakes e lindas  forminhas de papel decorado que dá até dó  usar.
Quero escolher a melhor receita, fazê-los com amor e torná-los pérolas comestíveis.
O tempo em Uberaba é traidor, quanto mais cedo levanto mais rápido ele passa.
Decidi tratar o tempo com respeito, este senhor lobo mau que nos engana e pune.
Vimos juntos fitas em VHS, dos anos 80, quando a inflação subia por hora e mesmo assim pudemos ser tão felizes às vezes. Aliás muitas vezes.
É o tempo, esse trapaceiro, que faz a gente esquecer muitos dos bons momentos.
Mas deixa estar, a gente resgata tudo nas férias.
E tratamos de resgatar os bons, só os bons cabem nas horas que temos.
Cada um faz sua edição das histórias; e as lembranças se misturam em uma teia de aranha complexa.
Mas o melhor que há, mesmo, é a alegria do reencontro, os abraços tão apertados e a cesta de doces e bolos com que a mãe da Chapeuzinho nos brinda a cada encontro.

terça-feira, 12 de julho de 2011

DNA

Caminhava com ela, ao lado dela e no meio de muita prosa às vezes olhava para ela e me via, assim novinha.
Era eu que nela era a outra que em mim produziu-se.
Era bom!
Que boa risada, menina, que menina alegre e forte!
A companhia dela é dupla, tripla, um povo! Não há sozinho, nem procura, é!
Mas às vezes, como se não bastasse a surpresa de ver-me nela, via a Martha. Num mosaico dinâmico, ora era a tia, ora era eu.
Gente, era ela mesma! Única, linda, completa.
Depois disso ficar tão longe ficou mais fácil.
Bem aqui no fundo da alma sei que comigo tem uma parte de mim que pertence a ela, e uma parte do pai que não me pertence... e isso me conforta!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

King

Mais de uma vez por dia, todos os dias, por todos estes anos, lembro-me dele.
É mais dolorido nesta época do ano em que a temperatura se assemelha àquela em que ele foi arrancado brutalmente da minha vida. Ainda era paixão, mais do que amor. Ainda não tinha desgostado, sabe, falo destas pequenas compreensões das diferenças do outro, que aparecem em todas as relações de amor ou amizade.
Era tudo muito intenso, infinito, definitivo.
Não me cansava de olhar, acarinhar, procurava a todo instante, onde está? onde está? Com certa apreensão, para em seguida encontrá-lo brincando com a sombra da árvore, ou com os ramos de trigo seco da floreira.
No fundo eu tinha muito medo de perdê-lo e quase que já o perdia quando o perdia de vista.
Por que tinha que ser?
Hoje tantos anos depois quando ainda sinto sua presença atrás do sofá para dar um bote, estremeço de mágoa,  estou machucada, uma ferida que não cicatriza.
Nenhum linimento acalma, nenhum outro ser substitui, vou carregar para sempre a dor da ablação daquela veia recém transplantada para meu coração.
Ainda choro às vezes, um soluço sentido e visceral.
Reparar a perda é um processo longo e diário, eu sei bem.
Mas quando a perda foi violenta, quando o tomar foi agressivo, nunca nos perdoamos.
Se eu tivesse esperado um pouco mais, se eu tivesse evitado o passeio, se eu tivesse vigiado mais.
E se eu tivesse desistido antes de brincar de divindade, que tudo pode e que tudo quer.

sábado, 9 de julho de 2011

Vinícius e Frederico

Ontem foi um dia especial. Foi aniversário do Fred, meu sobrinho querido que atualmente mora e trabalha em São Paulo.
Também comemoramos, aqui no Rio, o segundo aniversário do Vinícius, um menininho muito esperto, filho do Léo e da Priscila. Fazia tempo que não íamos a uma festinha de criança. Fiquei muito encantada com o espaço da casa de festas, havia atividades muito modernas para as crianças como tirolesa e paredão de escalada, além dos clássicos: piscina de bolinhas e animadores. Feliz, comendo salgadinhos deliciosamente calóricos em boa companhia, lembrei-me das festas do Frederico e da Helena.
Compareci a pelo menos dois aniversários do Frederico, ainda na época em que não tinha a Helena e morávamos em São Paulo. Íamos com mais frequência até Uberaba e pelo menos duas vezes participei ativamente das festas. Numa delas fazendo o bem - era o auge das tartarugas ninjas e eu desenhei e pintei as verdes criaturas em camisetas para as crianças da festa. Adorei fazer isso e as crianças curtiram bastante. Não sei se na mesma festa ou em outra estive "do lado negro da força". Enquanto distribuía os balões, a meninada jogava ao chão, pisava para estourá-los e em seguida corria para buscar outro.  Acabei surtando e estourei todas as bolas que restavam sob os olhares amedrontados das crianças. A Fernanda, mãe caprichosa, sempre filmou as festinhas e registou este momento de maluquice. Ela também tem guardadas cenas inesquecíveis de quando presenteou Frederico com um cãozinho dentro de uma caixa com laço de fita. A surpresa e a empolgação dele, pulando junto com o cachorrinho é de chorar de emoção. E também outra cena, esta assustadora, quando uma daquelas velas que lançam faíscas acabou queimando toda a mesa do bolo para desespero dos convidados.
Ano passado estava em São Paulo nesta época e Helena e eu almoçamos com o Frederico e demos muitas risadas. Ele ficou um tanto aflito quando viu que a vela era daquele tipo maligno, mas nada havia ali para queimar, a não ser nossas pestanas, que foram poupadas.
Vale muito a pena comemorar aniversários, principalmente dos pequenos.
Se não pelos docinhos e o bolo, pelo menos pelas doces lembranças que nos trazem de nossas próprias festividades. 

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Boa viagem!

Talvez por fazer parte de uma família grande, não diria prolífica mas saudável e longeva, tenho sempre alguém nos céus ou estradas do mundo. Vivo com o coração suspenso, as viagens se tornaram tão habituais...
Lembro-me da primeira vez que me aventurei sozinha, das primeiras viagens internacionais de cada irmão; eram acontecimentos dignos de "bota-fora". Agora é somente uma a mais das inúmeras que já fizeram  e ainda vão fazer, felizmente. As viagens tornaram-se corriqueiras, ninguém avisa mais nada, de repente estou falando com a Berenice pela internet e ela está em Roma! E depois de uns dias estará em Boston e vai se encontrar com a Renata que já estaria atravessando os Estados Unidos de carro de Leste a Oeste.
Primos em Brasília, sobrinhos em Recife, filha em São Paulo e tome estradas, aeroportos e baldeações.
A mamãe anda tão internacional que em poucos anos ultrapassou a lista de países que eu conheço.
Bom, cá entre nós, costumo seguir aquele velho ditado que papai adorava mencionar: "Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz!" Ah, o lar... Vou viajando por aqui mesmo, acompanho meus parentes e meus estimados amigos - alguns são cidadãos do mundo; pela internet ou pelo Skype.
Quando escuto ou leio sobre algum acidente, logo quero traçar as coordenadas para  acabar de vez com minha cisma e preocupação. Ufa!
Além de alguns sustos desagradáveis, ocasionais, nada de muito grave acontece com meus queridos.
Quero crer que eu ajudo a mantê-los suspensos no ar, presos e ativos como alegres marionetes.
O mundo anda pequeno para nós. Qualquer dia faremos um homérico bota-fora para a primeira viagem intergaláctica de algum dos meus lindos!

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Rio Grande

Abriu os olhos e viu que flutuava sobre as águas do rio Grande.
Porque queria sobreviver, agitou os braços para nadar.
Caiu em si quando percebeu que a água seguia seu curso sem registrar sua presença.
Então caminhou sobre as águas e foi-se embora, sem olhar para trás.