segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Bugalhos

Um bolor em forma de gota cresceu em meu campo visual.
Não sabia a quem recorrer e fui ver um pai de santo que me aconselhou repouso e anti-inflamatórios.
As pálpebras também estavam inflamadas e meu olho, quase fechado, parecia um sapo no sal.
Usei colírios que o farmacêutico indicou, fiz as compressas da minha mãe e coloquei gelo por minha conta, alternando as experiências. Meu olho continuava macilento.
Uma pomada fez muita sujeira na fronha e lacrimejei durante todo o fim de semana.
Quem me viu veio perguntar que dores de amores eram aquelas, tentando me consolar porque eu chorava e ao virem o estado lastimável do meu bugalho faziam uma cara estranha de ...eca!...
Os óculos escuros, com o tempo fechado, denunciavam certo recato e meu nariz vermelho e a caixa de lenços faziam de mim um enlutado.
Fui assistir ao "Bastardos inglórios" e saí consciente de que tirar o uniforme não desfaz o monge.
Assumi meu olhar patológico e fui em frente.
Ao assumir publicamente meu olhar caprino, também tornei público meu desdém pela coisa toda.
E magicamente lá se foram todos os sintomas.
Hoje acordei bela dona!
Era olho gordo.

Um comentário:

Anônimo disse...

Titinha,

Que otimo saber que depois de uma experiencia assim voce acordou "bela dona"! Eh assim que sempre te vejo e te sinto.

A sua forca, que a Helena descreveu tao bem, com certeza contribuiu para acabar com esse olho gordinho...

Beijos,

Renata