Poderia ter compreendido melhor meu compasso, ao descobrir alguns recantos nas entrelinhas do meu dia, usando cada ponto bordado no tapete, como o início de um ponto de vista.
Quisera acordar ainda no meio de uma manhã, tomar café com leite, comer pão com manteiga e ir relaxar na rede da varanda da mamãe.
Aproveitaria os detalhes das rachaduras do teto, compreendendo seu desenho caprichoso e bem humorado.
Argumentos ditos ao pé do ouvido seriam absorvidos com muita calma e mastigados como as frutas maduras da estação. Sementes brotando àtoa, as folhas se espreguiçando.
Almoçaria sem cálculos, voltar a comer por prazer e aventura.
Faria uma puxa, fervendo água com açúcar e limão, você se lembra como era bom comer da colher?
Faria um bolo recheado e confeitado, a massa batida com zelo , cuidados no recheio cremoso e na cobertura branca, enfeitada de florezinhas.
Sentiria o calor na boca do forno; e nos pés descalços, o chão frio de ladrilho vermelho da cozinha.
E quando houvesse uma chuva, daquelas pesadas, choronas, ficaríamos encharcados, meus irmãos, eu e o cachorro, felizes, jogando fora algumas horas da preguiça, que não podemos mais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário