sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Destino

Frio e chuva. São Paulo. Atrasada, pego um táxi. O motorista escolhe o caminho menos pior. Ele nasceu em São Paulo, conhece muito bem a cidade, é taxista faz mais de 30 anos.
Meu telefone toca. É ela. -" Onde você está? Estou no táxi, chego aí em 15 minutos. Passe o telefone pro taxista que vou dizer a ele qual é o melhor caminho. Ele sabe, já chego aí. Não, ele não sabe, passe o telefone para ele. Hummmm, ela quer falar com você...Quem? Ela. Tá."
Ele escuta, ela fala.
-"Mas já estou fazendo este caminho! Sim, sim, não, sim, pode deixar, eu sei, está bem..."
Aflição. Dirigindo e falando ao celular. Não pode dar certo. "Olhe o guarda! O farol fechou!"
Uma lástima. Buzinas, motos, flanelinhas, balinhas.
Chego, 20 minutos atrasada. Esqueci que era tão difícil. É fácil esquecer.
Lá dentro, está escuro, mas aquecido. Cafezinho, água, poltrona confortável.
-" Olhe o que eu fiz!" Olhei. "Não, não gostei. Pode fazer de novo?" -" Posso". -"Então faça. Volto daqui um mês."
Dizem que chegar não importa. Que o importante é a viagem. Será?

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