segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Uma cidade

Quando planejamos a viagem, saímos ali pelas 9 horas da manhã, para podermos chegar no meio da tarde.
É bom porque vamos com calma, conversando e ouvindo música.
Ao chegarmos, a cidade nos recebe com seus bonitos e fortes abraços, um emaranhado de ruas, avenidas, viadutos...
Colocamos o rádio na nossa estação favorita, com locutores animados, carregando no sotaque.
Lembranças tantas...
Lembra quando compramos a Explorer aqui na Caltabiano? E fomos buscar Helena no Palmares e ficamos na fila de carros dos pais que aguardavam e ela nem sabia do carro novo e ficou encantada em nos ver ali, juntos? Ela era tão pequena que não alcançava o estribo do carro.
Ali! Tinha uma loja da BBKids...eu vinha sempre com ela comprar brinquedos, a loja estava sempre cheia de gente e de novidades...um perigo.
Nossa, desta vez, precisamos passar na Brunella, doces e salgados muito bons. Lembra da coxa-creme de frango? Daquela briga pela última coxa-creme que o freguês atrás de nós dizia que era dele?
Essa ladeira, esse hospital, será que já concluíram?
Puxa, a essa hora da tarde, a avenida Rebouças está toda parada, ainda bem que vamos entrar na avenida Paulista.
Será que tem alguém morando no apartamento da Alameda Santos? Faz tanto tempo...
E o cinema Belas Artes... como era bom quando as salas eram grandes e novas... e a gente sempre enfrentando as filas das estreias. Quando fomos assistir o Pasqualino Sete-Belezas, chegamos quase no fim daquele início eletrizante em preto e branco..."oh yeah!"
E as casas de Fliperama? Como era bom, como nos divertíamos. Mesmo tendo que esperar um pouco para chegar a nossa vez. A que frequentávamos sempre, virou uma loja de sucos...
E o primeiro McDonalds' ? Filas e filas para conseguirmos dois sanduíches e batatas fritas, mas era tão bom...sempre gostamos das novidades.
A São Silvestre, quando era na virada do ano mesmo. Saíamos de casa as onze da noite e íamos a pé até em frente ao cine Gazeta, para assistirmos à chegada dos atletas. Havia sempre muita gente e uma chuvinha fina.
Continuamos a viagem inteira assim, lembrando, relembrando, fuxicando as ideias.
Helena vê a cidade de duas formas. Por um lado é a cidade que vivemos juntos, os três, até doze anos atrás.
Por outro lado, é a cidade renovada que ela vem descobrindo e que gosta de nos mostrar.
É quando ela nos conta uma história de amor.





quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Emoção stricto sensu

Kai-hung Fung é um radiologista chinês que transforma tomografias em arte. Segundo ele, cada detalhe de cor tem relação específica com alguma estrutura anatômica verdadeira.
Ele é um cientista, usa cores para definir estruturas.
Eu, formada de pão e manteiga, queijo e goiabada, bem sei como é lidar com ciências tão distintas quanto a arte e a medicina. Já circulei por inúmeras mídias dentro da arte, experimentando e inventando cada vez que criava. A descoberta das possibilidades e a frustração de ver que mesmo muito bons ingredientes podem juntos, desandar, fez da minha viagem pela arte uma estrada pouco linear, com montanhas, desfiladeiros, vales, vulcões e também planícies, lindas e bucólicas planícies.
Minhas primeiras pinturas foram feitas com tinta para aquarela que eu aplicava como tinta óleo sobre o papel. Espessas camadas de tinta cobriam tudo, minha " aquarela" tinha textura. Mas era tão grande a minha necessidade de expressar, que tudo começou assim, explosivamente.
Ainda me lembro da intensa emoção de iniciar um trabalho e em pouco tempo, vê-lo falar comigo, devolver-me a tomografia dos meus sentimentos.
Depois aprendi a técnica da aquarela e descobri que sou densa, bruta demais para algo tão delicado e perigosamente fugidio.
Dentro da medicina, também enveredei pelas imagens. Tinha uma atração aguda por radiografias e tomografias. Depois do diagnóstico (e da solução), eu começava minha viagem.
O microscópio desorganizou de vez as minhas tintas. Quantas vezes atarefada em concluir um laudo, encontrava um campo especial e interrompia meu raciocínio, para fotografá-lo pela beleza estética, queria torná-lo meu, parte do meu arquivo. É bem provável que aqueles campos de flores, aquelas linhas tortuosas e sensíveis já estivessem armazenadas no meu inconsciente e apenas vinham à tona. Emoção stricto sensu.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Ela vem!

Ela vem! Que bom que ela vem!
Preciso me preparar, vou correndo arrumar o quarto. E vou me arrumar por dentro.
Fiz uma lista básica:
1) Colocar avencas no coração.
2) Inundar meu ouvido de música.
3) Conferir a geladeira.
4) Passar no mercado, na padaria da Di, na locadora, procurar algo especial.
5) Comprar queijo Brie e rúcula bem fresquinha.
6) Bananas maduras e tomates Débora.
7) Pintar as unhas de Lavanda.
8) Espigas de milho verde,
9) Em algum lugar dentro de mim, muito bem guardada, está uma caixa de surpresas. É de lá que sempre que ela vem tiro um sentimento novo. Eu mesma me surpreendo. Mas é bom!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mordidas

"-Já levei sete mordidas de cachorro!"
"-Sete? Tem certeza?"
Eu tinha. Fiz as contas de novo, lembrando cada incidente e eram sete.
O meu tio descascava uma laranja para mim, de uma forma toda especial em que, depois de descascada, com um canivete, ele fazia uma tampa em forma de cone. Ao espremer a laranja, formava-se um poçazinha de suco, deliciosa.
"- Quando for assim, fale que foram seis ou oito. Porque sete é conta de mentiroso."
Fiquei muito nervosa. Meu Deus, ele achava que eu estava mentindo. Mas eu não estava. E se dissesse que foram seis ou oito, aí sim estaria mentindo.
Em casa eu havia aprendido direitinho a não mentir. O máximo que se permitia era uma ou outra omissão, mas mentir, jamais.
Fiquei numa sinuca e nunca mais fui a mesma. Sempre que preciso dizer um número, esfrio só de pensar que pode ser o maldito sete de mentiroso. E se for o sete vou ter que mentir e se mentir vou estar mentindo, se não mentir vão achar que estou mentindo. Droga. Lembro-me que meu tio apertou levemente a laranja descascada e me mostrou o suco. Não tinha mais graça.
Depois disso, sempre que me encontrava com ele ficava infeliz, não tinha assunto, queria ir pra casa. E ele sempre que me encontrava, beijava meu rosto e sua barba por fazer me machucava um pouco. Resolvi que não queria encontrá-lo mais. Pelo menos até que eu levasse mais uma mordida e pudesse dizer com sinceridade -" Já levei oito mordidas de cachorro."
Acho que foi por isso que resolvi estudar veterinária. Uma mordida eventual acabaria acontecendo ao lidar com os animais...
Estou mentindo até hoje...

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Cassiel

"- Ela insiste em dizer que comeu isso, aqui!! Mentira, ?"
Um casal gordinho passou por mim no calçadão e foi somente isso o que ouvi. Eles caminhavam bamboleantes, roupinhas básicas e confortáveis e iam indo, tagarelando.
Eu estava correndo, no sentido contrário, já bastante cansada depois de quarenta minutos.
Não chovia mais e o mar estava prateado pelo reflexo das nuvens pesadas. Tratei de me distrair imaginando que se eu fosse um dos anjos caídos do filme "Asas do Desejo", estaria ouvindo muitas outras conversas, outros sons e todos os pensamentos...

domingo, 23 de agosto de 2009

Hoje é domingo

Hoje é domingo. A frase seguinte é inevitável: pé de cachimbo!
O sol está tímido. O cachimbo é de barro.
E eu com preguiça, mas o jarro é de ouro.
Vamos caminhar, que o touro é valente.
Cuidado com o buraco, que é bem fundo.
E assim acaba-se o mundo.

sábado, 22 de agosto de 2009

Joinville

Joinville

Sábado

Uma ou duas laranjas picadas. Um prato cheio de feijão. Uma conversa mansa. Toucinho e lombo. Um pouco de couve refogada. Farinha. Uma dose de pinga. Roupas de frio. Frio. Um punhado de sorte. Uma música quentinha. Conversas paralelas. Uma lembrança boa, lembra? Dois ou três gols na televisão da parede. Goiabada, queijo, doce de leite. Café purinho, sem açúcar nem adoçante. Em casa, ver um filme, ler um pouco, ouvir música. Falar da vida, reclamar do tempo. Depois dormir e acabar por acordar já domingo.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Convite

Venha até minha casa, vamos conversar, tomar vinho, falar de antes, comer queijos, falar de agora e suspirar, descansadas, saciadas de lembranças. Conte-me seu novo trajeto para casa, dos cães que viu em seus passeios, dos cachorros-homens que rosnaram e estragaram seu dia. Lembre-se de trazer suas fotos mais recentes, das últimas baladas, para eu saber que está se divertindo enquanto amadurece. Venha ver as últimas mudas que plantei no jardim, há joaninhas por toda parte.
Chame meu gato de fofo, repare nas novas almofadas da sala, conte-me de sua mãe.
Vamos falar em todas as línguas, vamos rir bastante de nós mesmas e vamos nos despedir, às gargalhadas, no meio da chuva.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Voltar a ser

Tenho esperanças de voltar a ser. No piano, vários papéis empilhados, causam uma impressão de desleixo. Contas a pagar. Quando eu voltar a ser, as contas não mais atrasarão.
Sobre o mármore na cozinha, umas frutas esperam para serem lavadas e empilhadas na fruteira. Falta de tempo, falta de ânimo. Quando eu voltar a ser, vou comer todas as frutas que comprar.
Os vidros das janelas estão sujos, choveu e choveu e os vidros estão muito sujos. Vai chover de novo, mas tenho que me preparar para limpá-los. Vidros sujos escurecem as sombras e as penumbras.
O cão se coça no jardim, curtindo o prazer da coceirinha. Preciso banhar o cão e talvez o gato. Acho que posso deixar para amanhã, mas amanhã sem falta, se não chover de novo.
As malas estão por desfazer, roupas sujas, roupas usadas, uns tênis, coisas de toucador e eu sei, em algum cantinho está um bombom Garoto.
No quarto de quem mora fora, tudo está em ordem. A ausência organiza. O silêncio limpa.
Vou varrer a casa e depois trocar as roupas de cama, mas antes preciso falar com a Beth sobre as aulas de ginástica. Se ela puder vir, convido para um chá com bombas de chocolate. A Beth nem vai reparar, talvez me ajude a reparar tudo, talvez faça um curativo no meu machucado.
Preciso comprar pão, vou de bicicleta, ou melhor vou pedir ao meu menino que busque o pão, de bicicleta. Lá fora, o sol arde, aqui está confortável por causa do ar, não vou sair, vou esperar que alguém vá e compre, vou deitar um pouquinho, minha cabeça dói.
Amanhã, quando acordar, estarei menos ferida, quem sabe amanhã mesmo, volto a ser.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Reminiscências...

Opera, ópera. Mavioso canto, transformador. Onde estava antes de ouvir tanta beleza. Onde estarão todas as minhas emoções. Em que velha mala guardei tudo que experimentei e que são lembranças tão apagadas, aquarelas antigas. Como pude sofrer tanto, por tanto tempo e por quase nada. Coração cheio de lástima, silêncio... escute apenas.
Brincadeira de criança essa de sentar na calçada, roer as unhas e mastigar capim, displicentemente. E depois ficar com medo de contrair câncer. Medo de ficar banguela, de cair da pinguela da rua da minha avó. Lobos maus babando, olhos vermelhos terríveis, não me deixe cair, acorde, acorde.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Joinville


Sábado passado fui até o mirante da cidade de Joinville, depois de uma subida bem puxada, pelo menos para mim. Mas, a vista é deslumbrante. A cidade é bem plana e espalhada e eu tive a sorte de pegar dois dias magníficos em uma cidade que tem o índice pluviométrico menor apenas que a região amazônica. O mirante fica mais ou menos no centro da cidade, de forma que para qualquer lado que se olhe, a cidade está. Esta foto é do ângulo em que o mar se infiltra pelo rio, que tem suas águas represadas ali até que a maré baixe.
Uma boa parte da cidade é um aterro, feito em uma área de mangue.
Gostei da cidade, gostei das pessoas, gostei da viagem!

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Juca

Juca sempre foi meu favorito. Cantava trepidando o papinho, biquinho fechado, apontando para o alto. Ouvi-lo fazia acreditar no futuro, ter esperanças. Ele teve um filhote com a Lea, que também cantava bastante, se desafiavam no canto, pai e filho.
Um dia veio um gavião. E acabou com a cantoria do Juca e do Junin. Uma pena...

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Menos...

Certa vez comprei um banco, bem pequenininho. Posso colocar os pés enquanto descanso na poltrona. Uso, as vezes como mesinha para colocar meu suco. Há alguns dias fiz um paninho de croché para cobri-lo. Assim coberto, perdeu a identidade.
Às vezes usamos roupagens que não nos favorece. Uma blusa bege em uma pessoa bege, amarela a composição. Acho também que as cores que vestimos nos representam, principalmente quando vestimos uma roupa com pressa, com os minutos contados para pegar o elevador. Quando saio de casa vestida para correr, estou correndo desde que calço os tênis apropriados e bons. Volto da praia e tomo um banho quentinho antes de almoçar. Quase sempre visto um vestidinho velho, escrevo, tomo um chá. Esta parte do dia, com todos os desejos saciados, endorfinas fluindo, sabe a recordações e reminiscências. É o momento de reflexão, para arrumar as malas e identificar o que irá dentro dela. Sempre levo roupas de frio e muitas roupas de verão. Esta é minha expectativa mesmo que eu vá pro Himalaia.
Algumas pessoas tem carácter colorido e sabem misturar estampas, são elegantes e poderosas. Mesmo seus vestidinhos velhos tem uma estrutura aquecida, "vocês aí, sabem quem eu fui?"
Os cachecóis enfeitam melhor, os casacos caem bem, a roupinha de dormir parece um sonho.
Mas, deixa estar. Sou nova ainda, vou aprender a servir em todo tipo de roupa. Vou começar tirando o croché do banquinho. O menos em geral vale mais.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A fonte

"Deixa-me, deixa-me fonte, dizia a flor a chorar, eu fui nascida no monte, não me leve para o mar." Este verso de Vicente de Carvalho, que aprendi e decorei quando era ainda menina, desde ontem não me sai da cabeça. Ocorre que me sinto assim, levada pela correnteza, eu e outras florezinhas.
Bonito e bucólico é o monte; e o mar também tem seus encantos. Mas é muito triste ter que partir. Quando penso na flor pálida, sendo levada assim de roldão, lembro-me da Renata, aquela de nós que sempre parte para poder voltar. Talvez viver julho fosse menos intenso se morássemos todos próximos, se nos víssemos sempre. O relevo acidentado dessas férias sempre machuca e dói quando vai acabando...
Outra poesia, esta do Gonçalves Dias, assim expressa a dor de separar-se: Debruçada nas águas de um regato, a flor dizia em vão à corrente, onde bela se mirava: "ai, não me deixes não". Comigo fica ou leva-me contigo, dos mares à amplidão... e assim vai mostrando, linda e tristemente que a roda viva é inexorável. Algumas flores querem ir, acompanhar as águas. Outras querem ficar, cansadas que estão de chegadas e partidas...e eu, entre uma flor e outra, sou das que preferem ficar aqui.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ele some...

Não sei ainda porque insisto. Fico pensando que ele é um bom sujeito, que gosta de trabalhar e faz bem seu trabalho. E quando tudo vai bem, de repente ele some. Fico na mão. Ninguém mais faz tão bem. Várias vezes pensei em mudar radicalmente. Acabou, nunca mais quero o serviço dele.
Mas volto atrás. Quem sabe ele tomou jeito.
Meu cachorro e ele são amigos, ele vem aqui em casa, desde que o Haus era filhote.
Logo que mudamos para cá, dei a ele um aquário de tamanho médio que estava meio esquecido entre meus guardados e a partir disso ele tem uma gratidão que não acaba. Claro que sempre foi muito bem tratado com café fresco e banana, que é o que ele come.
O aquário? Deve ter quebrado faz tempo. Peixes afogados, família desfeita, depressão, serviços atrasados, alcoolismo...
Mas quando volta, volta feliz, querendo trabalhar e capricha...
Até sumir de novo. É aí que eu fico me perguntando porque continuo insistindo.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Jardim Botânico

No Jardim Botânico, um prêmio. Uma família feliz, pura harmonia, linda de se ver. O tempo claro e seco, abençoava e absorvia. Meninos bonitos, saudáveis, alegres. As discordâncias pontuais eram muito bem resolvidas. O mesmo sorriso da mãe, os três tinham. O mesmo carisma também.
Tinha visto a plantação de pau brasil, arvorezinhas de tronco carmim, recanto de conversas paralelas. Esquilos pisavam em folhas mortas. Barulhinho bom. Orquestra natural.
Quando o silêncio inundava tudo, era o rei e sua comitiva que desfilavam na aleia com suas palmeiras imperiais.
Nós desfilamos também, refazendo o caminho da realeza.
E depois fizemos um lanche em muito boa companhia.
Preciso ir outras vezes ao Jardim Botânico. Passeio mágico.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Distrações

Não sei. Um rolo de barbante branco cutuca minha costas e eu escrevo deitada meio de lado. Horrível. Preciso corrigir minha postura. Gosto de ser lembrada pela postura sempre elegante, pescoço comprido e bem esticado, costas retas. Hoje, no shopping, algumas amigas me encontraram, chamaram por mim e quase que eu não via... Devo parecer esnobe... Gente, preciso de um desconto, afinal sou meio surda e muito desatenta, vivo em um mundo muito bem decorado, cheio de pequenos mimos e distrações.

domingo, 2 de agosto de 2009

Expectativas

Fiz bem-casadinhos, doce de comemorar. Embrulhei e amarrei com fita verde de cetim com um bonito e farto laço. Coloquei na geladeira e esperei. Depois, comemoramos.
Agora mesmo já é hora de esperar outra vez. Não faz mal. Giram que giram, relógios e dias.
Estarei sempre pronta. Assim é melhor. Expectativas são iscas na ponta do anzol jogado ao mar.
Jogar para ganhar, sempre. Mesmo que se perca com frequência.
Arriscar, saborear, curtir.
Aliás, será que ganhei na mega-sena?
Deixa ver...